Tiveram destaque nos jornais esta semana algumas atitudes do nosso atual governador, Márcio França. Vou falar duas delas, ambas controversas e incoerentes. A primeira foi a declaração dada com o máximo de alarde de que estaria ‘suspendendo a privatização’ do Parque Ibirapuera. Não sei se por desinformação ou intencionalmente ele chama de privatização uma concessão. Não há venda de patrimônio nesse processo. Trata-se de uma concessão para exploração por um período determinado de tempo, com contrapartidas estabelecidas e a garantia de que o parque segue público e aberto a todos.
Além do ‘erro’ semântico, me espanta o súbito desconhecimento do governador sobre uma discussão realizada em diálogo aberto entre governos do estado e município. Será possível que ele ‘descobriu’ só agora estas áreas do governo do Estado? Onde ele estava ao longo dos meses de tratativas para construção do modelo?
Pergunto ainda qual a motivação para barrar uma iniciativa benéfica à população? Vejo nessa atitude falta de compromisso público. Ou será que já há influências pseudoideológicas dos partidos ao qual a legenda de França se alia? Infelizmente não descarto essa opção. A outra polêmica envolve as tratativas do governador no período de greve dos caminhoneiros. Ele se apressou em ir à frente das câmeras anunciar acordos que incluíam a isenção da cobrança de pedágio por eixo suspenso nos caminhões. Fez cortesia com chapéu alheio e agora diz que vai repassar a conta à União. As ações de França apontam um modelo de gestão atrasado. Por interesse político coloca de lado a responsabilidade fiscal e econômica. Deveria estar mais preocupado em fazer andar as obras de mobilidade na cidade de São Paulo, que já desaceleraram nestes poucos meses em que empunha a caneta. Espero que não sigamos neste rumo e que nosso atual governador não estrague o trabalho de décadas de boa gestão, que tem garantido estabilidade aos paulistas.
* Carlos Fernandes é presidente municipal do PPS paulistano, secretário-geral do PPS estadual e prefeito regional da Lapa.
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